sábado, 30 de abril de 2011

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Pensando no que ainda pode ser...


Flores que se completam
Caminhos que se cruzam
Almas que se reconhecem
Corações que se perturbam
Cheiro doce
Desejo sem disfarce no ar
Olhares que se entregam
Sem nenhum medo de amar
Você
Meu sonho mais profundo a alcançar

terça-feira, 19 de abril de 2011

"Carvão"




Surgiu como um clarão
Um raio me cortando a escuridão
E veio me puxando pela mão
Por onde não imaginei seguir
Me fez sentir tão bem, como ninguém
E eu fui me enganando sem sentir
E fui abrindo portas sem sair
Sonhando às cegas, sem dormir
Não sei quem é você
O amor em seu carvão
Foi me queimando em brasa no colchão
E me partiu em tantas pelo chão
Me colocou diante de um leão
O amor me consumiu, depois sumiu
E eu até perguntei, mas ninguém viu
E fui fechando o rosto sem sentir
E mesmo atenta, sem me distrair
Não sei quem é você
No espelho da ilusão
Se retocou pra outra traição
Tentou abrir as flores do perdão
Mas bati minha raiva no portão
E não mais me procure sem razão
Me deixe aqui e solta a minha mão
E fui fechando o tempo, sem chover
Fui fechando os meus olhos, pra esquecer
Quem é você?


[Ana Carolina]

domingo, 17 de abril de 2011

Preciso!


Me contentaria lentamente só com teu cheiro.

Coisas assim...



As vezes uma tarde faz uma diferença enorme.
Não tivemos nem tempo de pensar em tristezas.


Agradeço todo o carinho de minha amiga R.B.Fonsêca.

Dois ou três almoços, uns silêncios


"Há alguns dias, Deus enviou-me certo presente ambíguo: uma possibilidade de amor. Ou disso que chamamos, também com descuido e alguma pressa, de amor. E você sabe a que me refiro.
Antes que pudesse me assustar e, depois do susto, hesitar entre ir ou não ir, querer ou não querer — eu já estava lá dentro. E estar dentro daquilo era bom. Não me entenda mal — não aconteceu qualquer intimidade dessas que você certamente imagina. Na verdade, não aconteceu quase nada. Dois ou três almoços, uns silêncios. Fragmentos disso que chamamos, com aquele mesmo descuido, de "minha vida". Outros fragmentos, daquela "outra vida". De repente cruzadas ali, por puro mistério, sobre as toalhas brancas e os copos de vinho ou água.
Por trás do que acontecia, eu redescobria magias sem susto algum. E de repente me sentia protegido. Nada de mal me aconteceria, tinha certeza, enquanto estivesse dentro do campo magnético daquela outra pessoa. Os olhos da outra pessoa me olhavam e me reconheciam como outra pessoa, e suavemente faziam perguntas, investigavam terrenos. Traçando esboços, os dois. Tateando traços difusos, vagas promessas.
Nunca mais sair do centro daquele espaço para as duras ruas anônimas. Nunca mais sair daquele colo quente que é ter uma face para outra pessoa que também tem uma face para você, no meio da tralha desimportante e sem rosto de cada dia atravancando o coração. Mas no quarto, quinto dia, um trecho obsessivo do conto de Clarice Lispector "Tentação" na cabeça estonteada de encanto: Mas ambos estavam comprometidos.
De mais a mais, eu não queria. Seria preciso forjar climas, insinuar convites, servir vinhos, acender velas, fazer caras. Para talvez ouvir não. A não ser que soprasse tanto vento que velejasse por si. Não velejou. Além disso, sem perceber, eu estava dentro da aprendizagem solitária do não-pedir. Só compreendi dias depois, quando um amigo me falou — descuidado, também — em pequenas epifanias. Miudinhas, quase pífias revelações de Deus feito jóias encravadas no dia-a-dia.
Era isso — aquela outra vida, inesperadamente misturada à minha, olhando a minha opaca vida com os mesmos olhos atentos com que eu a olhava: uma pequena epifania. Em seguida vieram o tempo, a distância, a poeira soprando. Mas eu trouxe de lá a memória de qualquer coisa macia que tem me alimentado nestes dias seguintes de ausência e fome. Sobretudo à noite, aos domingos. Recuperei um jeito de fumar olhando para trás das janelas, vendo o que ninguém veria.
Atrás das janelas, retomo esse momento de mel e sangue que Deus colocou tão rápido, e com tanta delicadeza, frente aos meus olhos há tanto tempo incapazes de ver: uma possibilidade de amor. Curvo a cabeça, agradecido. E se estendo a mão, no meio da poeira de dentro de mim, posso tocar também em outra coisa. Essa pequena epifania. Com corpo e face. Que reponho devagar, traço a traço, quando estou só e tenho medo. Sorrio, então. E quase paro de sentir fome."

Caio Abreu


Para que chorar, se as lágrimas não trarão você até mim
Para que gritar, se nem consegue escutar
Para que calar, se o que quero mesmo é gritar, e chorar...

Mas nada disso adiata, se você não está aqui para segurar minha mão.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Saúde...


Caminhar sentindo o cheiro do mar faz bem para o corpo e revigora a alma.

Voa!


Se esta pensando em voar
Na direção de me amar
Voa, voa

Não tenha medo de dizer que quer
Vamos fazer o que você quiser
Voa, voa
 
E serei eu que em um dia então
Vou te fazer delirar de paixão
Nesse prazer somos eu e você
Vamos, voa, voa
 
Num colorido pintado no céu
Num voo livre de nuvem de mel
No paraíso só eu e você
Vamos voa, voa
 
Mais adiante vai sentir o quanto se apaixonou
Voa comigo vem seremos dois pombinhos de amor.

Paula Fernandes

quarta-feira, 13 de abril de 2011

E na ponta dos pés, procuro o equilíbrio.

Tantas horas se passaram, e o silêncio foi ficando mais sonoro. Olho de um lado para o outro e não consigo definir exatamente o que sinto, mesmo sabendo exatamente o que quero. É como eu disse: Nem sempre temos o que queremos, mas podemos querer o que temos. E isso serve pra você também solidão, que se faz presente nesses instantes de reflexão. Não consegui contar por quantas pessoas cruzei esta noite quando saí vagando por aí, mas percebi algo... elas não tinham rosto. Olhava, olhava, mas não conseguia enxergar. Até você companhia, se tivesse atravessado meu caminho, seria imperceptível aos olhos nus. Ali só existia o mar! Paquerávamo-nos, como fazíamos à beira de duas xícaras de café. Trocávamos olhares sempre que suas ondas vinham e iam, e o reflexo da lua se fazia mais brilhante em sua imensa camada de chamados para o seu calor. Tenho que concordar... é lindo te imaginar presença, pois és da forma que sempre desejei. Estou com saudade!


domingo, 10 de abril de 2011



                   Hoje o tempo voa amor
                   Escorre pelas mãos
                   Mesmo sem se sentir
                   Não há tempo
                   Que volte amor
                   Vamos viver tudo
                   Que há pra viver
                   Vamos nos permitir...

[Lulu Santos]

quinta-feira, 7 de abril de 2011

quarta-feira, 6 de abril de 2011

terça-feira, 5 de abril de 2011

E quero... quero...


Dizem que a gente tem o que precisa. Não o que a gente quer. Tudo bem. Eu não preciso de muito. Eu não quero muito. Eu quero mais. Mais paz. Mais saúde. Mais dinheiro. Mais poesia. Mais verdade. Mais harmonia. Mais noites bem dormidas. Mais noites em claro. Mais eu. Mais você. Mais sorrisos, beijos e aquela rima grudada na boca. Eu quero nós. Mais nós. Grudados. Enrolados. Amarrados. Jogados no tapete da sala. Nós que não atam nem desatam. Eu quero pouco e quero mais. Quero você. Quero eu. Quero domingos de manhã. Quero cama desarrumada, lençol, café e travesseiro. Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero aquele olhar que não cansa, o desejo que escorre pela boca e o minuto no segundo seguinte: nada é muito quando é demais.

Caio Fernando Abreu

segunda-feira, 4 de abril de 2011



Um sorriso...
Este é pra você.


Difícil seria acreditar que saberia te esquecer.
Mas já tenho a resposta...
Sei que o amor aqui no peito,
O nó na garganta,
A lágrima que teima em querer cair
São certezas de que arriscaria qualquer coisa para estar ao seu lado.

Regarei sempre o jardim da mesma forma.

domingo, 3 de abril de 2011



Parado o tempo. Todas as vozes dentro de mim começam a falar ao mesmo instante e não consigo decifrar o que dizem. Me perco aos minúsculos segundos do que poderia ser um sorriso de felicidade. Algumas vezes consigo deixar de lado o orgulho, e enxergar vícios que me faziam bem, mesmo aqueles que não me permito mais. O vazio da casa, de lizes apagadas... como se eu aguardasse o momento que ouviria o som do interfone. Mas até agora... só o barulho lá fora alcança meu ouvido. Cabeça cheia, vontades entrando em ebulição. Preciso sair, respirar, olhar as luzes que não são as minhas, mas que me farão distrair o pensamento.